29 de julho é comemorado o dia do batom.
A origem do batom remonta ao tempo dos egípcios quando as mulheres tinham o costume de usarem pedras semi-preciosas em torno dos olhos e dos lábios. No entanto, contrariamente ao que é normal, o uso de corantes para decorar os lábios não foi instituído por Cleopatra. No museu de Berlim, na Alemanha, pode-se ver no busto de Nefertiti, a rainha egípcia esposa do faraó Akhenaton, que os lábios femininos já eram pintados mil anos antes da era de Júlio César.
Antigamente eram utilizados produtos naturais para pintar os lábios. As mulheres gregas usavam uma raiz vermelha chamada “polderos” misturada com cera de mel para dar um aspecto mais saudável e úmido aos lábios. As mulheres das altas classes do Egito usavam “púrpura de Tyr” que nada mais era que uma tinta, bastante rara, produzida na cidade fenícia de Tiro.
O batom começou a ganhar mais popularidade na Inglaterra do século XVI, durante o reinado da rainha Elisabeth I. Criou-se ali um padrão de beleza feminina em que a cara era o mais branca possível, com a ajuda de cremes, e os lábios bem vermelhos. Nessa época, o batom era feito a partir de cera de abelha e tintas vegetais.
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No início do século passado, Rhocopis, um perfumista francês, criou o que ele batizou de “baton serviteur” que consistia simplesmente numa massa feita de talco, óleo de amêndoas, essências de bergamota e limão, de cor vermelha e que era vendido numa embalagem de papel de seda. Essa invenção conquistou as atrizes e prostitutas do mundo inteiro. Talvez por isso, só após a Primeira Guerra Mundial é que as donas de casa perderam o preconceito e começaram a aderir à moda do batom vermelho.
O formato dos batons também passou por processos de modernização. Por volta do ano de 1915, apareceu nos Estados Unidos um derivado do “baton serviteur”: um colorante labial em forma de um pequeno tubo metálico. A sua aceitação na América do Norte foi quase instantânea. Em 1921 a revista Vogue publicitava esse “tubinho” como um acessório de elegância que todas as mulheres de classe deveriam ter.
A fórmula sólida do batom que conhecemos hoje em dia, só apareceu na década de 1930. Mesmo assim a receita básica não sofreu muitas mudanças. Ele é, até hoje, cores em uma base gordurosa, permitindo assim a fácil aplicação de uma camada uniforme.
Com a evolução da indústria cosmética, atualmente o batom não dá apenas cor, mas também protege a pele delicada dos lábios contra o frio, o vento e o sol.
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Segundo a escritora e historiadora inglesa Madeleine Marsh, autora do livro “Compacts and Cosmetics” (“Compactos e Cosméticos”, em tradução livre), a primeira e mais famosa manifestação de uso dos batons vermelhos aconteceu no início do século 20 com as mulheres do movimento Sufragista.
Elas lutavam pelo direito de votar indo às ruas exibindo o tom nos lábios. Desde então, o batom vermelho ganhou o status de símbolo do poder feminino. Também no início do século 20, criado pelo americano Maurice Levy, o item foi embalado em tubos de metais, esses que usamos até hoje. Para você ter uma ideia, ele era acomodado em papel de seda, o que impedia que fosse levado para todos os lugares.
A estrela do cinema mudo Clara Bow também ajudou que a cor ficasse ainda mais em evidência. Os lábios da atriz eram cuidadosamente pintados em um formato que ficou conhecido como “arco do cupido” com batom escuro. O objetivo era que eles parecessem vermelhos nos filmes em preto e branco. Intensificando ainda mais a ligação da cor com a força feminina, com a chegada da Segunda Guerra Mundial, no fim dos anos 30, os batons lançados na cor vermelha vinham com nomes que remetiam à tensão mundial da época. Eram destaques o “vermelho luta” e o “vermelho patriota”.
Mesmo com os tempos difíceis de escassez e recessão que viriam logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, as mulheres não abandonaram seus batons. De acordo com registros da época, no fim dos anos 1940, mais de 90% das mulheres americanas eram adeptas do cosmético.
Com a ascensão das grandes divas hollywoodianas, como Ava Gardner, Rita Hayworth, Bette Davis, Lauren Bacall, Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe, no fim dos anos 50 esse número subiu a 98%. Mesmo com a chegada de novas cores, o batom sempre esteve presente no necessaire das mulheres nas décadas seguintes.
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