Mitos de beleza: A internet pode ser um lugar incrível, mas também abriga muitos mitos. Por exemplo, se você pesquisar sobre alguma dor, provavelmente vai se deparar com a palavra câncer em algum momento. Por isso, é preciso ter muito cuidado sobre o que você encontra e lê nesse meio.
Quando entramos no assunto beleza, esses mitos podem ser ainda maior. Existem alguns mitos que simplesmente continuam a se espalhar, mesmo que a falta de fundamento seja notória.
Desmistificarmos oito dos mitos de beleza que mais persistem na Internet para que pare de acreditar neles.
Usar pasta de dentes na acne, além de não fazer ela desaparecer, pode ainda piorar a sua inflamação, podendo inclusive deixar manchas e cicatrizes. Muitas pessoas acreditam que a substância triclosan, presente nas pastas de dentes, diminuiria a acne pela sua ação anti-bacteriana. O problema é que esta substância não está num produto cosmético devidamente formulado para aplicar no rosto, mas sim nos dentes.
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Este é um mito que persiste e persiste e persiste. Esse mito continua a florescer porque o ser humano não é muito bom em observar. Um fio de cabelo ou pelo humano é como um lápis ou um dardo que fica afiado no seu final. Assim, quando uma lâmina corta a sua ponta, pode parecer que o restante pelo fica mais espesso e grosso mas cortar não vai mudar em nada o seu processo de contínuo crescimento.
O que acontece é que quando se corta o pelo com uma lâmina, a ponta (que é mais fina) é retirada e quando volta a nascer, o que fica à superfície (e nos parece mais grosso) é o resto do folículo mas sem a ponta.
Também parece que cresce mais rápido? Outro mito. Como a lâmina, corta o pelo na superfície e não pela raiz, o que faz com que o pelo reapareça mais cedo (porque o folículo continua a crescer ao contrário de quando o arrancamos pela raiz em que ele tem de nascer de novo).
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Vamos sempre ter rugas! A partir dos 20 anos, perdemos 1% de colágeno a cada ano que passa. Mas o que pouca gente sabe é que perdemos 6% do ácido hialurônico da pele a cada 10 anos de vida. Ou seja, envelhecemos desde que nascemos.
Os preenchimentos fazem uma correção mecânica extraordinária, pois colocam volume onde ele começa a deixar de existir e ajudam para que as rugas não se vinquem de forma tão acentuada. Não vale a pena começar a usar este tipo de tratamentos cedo com a ideia de prevenir aquilo que é natural no ser humano — o envelhecimento. Deve ser usado como correção nos momentos certos para um envelhecer mais saudável e não como prevenção.
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“É como se, por ser natural, tivesse uma bondade intrínseca. Um produto natural é bom porque é natural e um produto químico é mau porque é químico”, diz David Marçal, bioquímico, na sua palestra na TEDxPorto.
Ele dá um exemplo engraçado mas que não deixa de ser sério. Se uma pessoa se virar contra o que é natural, é como se fosse contra a natureza. E a natureza é boa, certo? O pôr do sol é mágico. Mas o sol é um cancerígeno de nível 1.
E em certa altura do dia devemos usar um protetor solar. Mas o protetor solar não é mais do que uma mistura de substâncias químicas capazes de absorver radiação ultravioleta. Então precisamos usar um produto químico para nos proteger de algo natural?.
O que se pode retirar daqui é que nem tudo o que é natural é bom e muitos dos produtos que se assumem como naturais não têm sequer explícitos os seus ingredientes. Antes de comprar um produto só porque diz que é natural em letras grandes, informe-se bem.
Você pode ouvir a palestra de David Marçal na TEXdPorto no YouTube.
A celulite faz parte da vida de cerca de 98% das mulheres e a celulite não é uma doença, então não há uma cura. E a indústria da beleza nos vende o sonho da pele sem celulite. Mas a celulite é uma coisa tão normal do corpo feminino que não deveria ser vista com tanto desgosto.
As rugas acontecem na segunda camada da pele e os cremes não funcionam. A celulite acontece na terceira camada da pele… Não há nada que chegue lá. Claro que há alguns conselhos para não deixar a celulite passar para um estado avançado e visível como fazer exercício, não fumar e não ficar muito tempo no sol.
Massagens e os cremes podem ter um efeito temporário porque, ao aplicarmos um creme e massagearmos, vamos aumentar a circulação linfática e a pele pode parecer diferente. Mas a celulite em si não vai mudar nada. Nenhum creme consegue ser suficientemente absorvido pela pele nem nunca vai alcançar a camada profunda do tecido adiposo de modo a alterar a configuração da rede de fibras que cria a celulite.
Nem os tratamentos médicos invasivos como o laser ou as radiofrequências. Os resultados são pouco expressivos e temporários.
Não só não nascem mais, como pode mesmo não nascer mais nenhum. E isso também não é bom, explica o bioquímico de cosmética Randy Schueller no livro It’s OK to Have Lead in Your Lipstick, que desmistifica mitos da beleza. O que acontece é que quando arrancamos um cabelo branco, sim, vamos livrar-nos dele mas apenas temporariamente.
O folículo ainda está vivo e vai produzir outro cabelo para substituir aquele que foi retirado. E o cabelo substituto vai continuar a ser branco. Ainda assim, essa não é a melhor solução. Schueller diz que arrancar constantemente cabelos brancos pode danificar os folículos ao ponto deles não produzirem mais fios de cabelo. O que é melhor? Cabelos brancos ou falhas no couro cabeludo?
Nenhum cosmético de aplicar em casa vai “apagar” as rugas que já temos. As rugas fazem parte do processo de envelhecimento da pele, por dentro e por fora. No entanto, há produtos cosméticos muito bem formulados, com princípios ativos realmente inovadores e que conseguem retardar o envelhecimento cutâneo.
Um cuidado assim, deverá ser sempre feito em uma clínica onde se consegue uma estimulação mais profunda da pele, seja através de um peeling químico ou de um dermoabrasão, por exemplo, onde se consegue ver resultados na melhoria das rugas existentes e mais profundas.
Cuidar da pele é como jogar na roleta russa. Ou seja: ela não se habitua aos produtos, simplesmente está sempre a mudar, diz Jennifer Brodeur, a guru da pele que ficou conhecida por tratar dos rostos de Oprah e Michelle Obama. Então é normal que deixe de reagir da mesma forma aos mesmos produtos, não porque ficou imune a eles, mas porque está sempre a reagir ao que nos rodeia (o clima, a poluição, o stress, a idade…).
Um exemplo: no inverno necessita de produtos diferentes do verão. E também é normal que, se a pele começar a desenvolver manchas, o seu habitual creme anti-idade já não vai ser suficiente porque agora a pele vai precisar de algo que atue rapidamente na pigmentação.
Quando a pele atinge um certo patamar visível, nos esquecemos como ela era antes de usarmos esse produto. Digamos que o objetivo era clarear e recentemente a pessoa começou a usar um esfoliante ácido e um serum de vitamina C. Este tipo de produtos vão proporcionar resultados rápidos, a pele vai ficar com uma aparência mais uniforme e vão haver menos resultados ao longo do tempo. É simplesmente uma situação de perceção em que aquilo que a pessoa vê agora é o novo normal.
Em conclusão, esta ideia da pele se habituar é apenas uma invenção desta indústria que nos quer convencer de que precisamos comprar mais e mais e mais produtos. A pele simplesmente quer produtos corretos para aquilo que precisa em cada momento.
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