As Cruises Collections ou Resort 2013.

Quando recebi o convite para ser colaboradora do MeninaIt, vieram mil ideias sobre o post de estreia. Não sabia se escrevia sobre moda e estilo, sobre como multiplicar o estilo e economizar grana nessas épocas de liquidações ou ainda sobre lugares especiais para se visitar com uma mala enxuta, mas cheia de estilo. Enfim… tudo resume-se a estilo, estilo e estilo. Essa é, para mim, a única regra válida na moda: respeitar o estilo!

Então pensei: o que pode ser mais estiloso que as cruises collections? Só ao ler o nome já somos transportados para um outro universo, sonhamos com destinos (im)possíveis, desejamos férias e toda aquela emoção que é viajar (mesmo que o destino não seja lá grande coisa). A sensação de “dolce far niente” é o maior luxo do período de descanso!

As coleções resort – como também podem ser chamadas – não têm desfiles. Com algumas exceções como Chanel e Louis Vuitton, os looks são apresentados como em um look book. Algumas coleções fazem jus ao título da temporada, como no caso da Christian Dior, que apresentou a última coleção sob o comando de Bill Gaytten, com referências naúticas na cartela de cores, em uma silhueta lady like que lembra o glamour dos anos 50, desenvolvida para um cruzeiro especial, talvez o de partida do designer.

Não é nenhuma novidade que a música, artistas e movimentos inspiram os estilistas. Versace e Alexander McQueen mostraram silhuetas próprias de Joan Jett, Prince e David Bowie, respectivamente. Donatella usou o termo rockmantic para definir a coleção, com shapes que lembram mood rock dos anos 80 em tons mais adocicados. Já Sarah Burton fez alusão à capa de Hunky Dory, de Bowie, com silhuetas bem marcadas, que flutuavam entre o masculino e feminino, algo visto em diversas coleções como Prada e Burberry Prorsum. Ainda no âmbito artístico, a Chanel apresentou uma coleção digna de figurino da Maria Antonieta, de Sofia Coppola. Não faltaram anquinhas e babados rococós, em tons pastéis como os dos macarrons, é claro! E continuando no quesito telinha, Nicolas Ghesquière usou como ponto de partida o figurino que Cristobal Balenciaga desenvolveu para a peça Boléro de Ravel, que ao serem misturadas à peças em couro, lembrou imediatamente as rainhas de Game of Thrones.

Em tempo de jogos olímpicos, as adaptações do mundo esportivo ganham força e inspiram. Céline, Prada e Stella McCartney trouxeram em suas coleções pantalonas com uma risca lateral que chegam como itens tem-que-ter (se é que você já não tem a sua!). Mantendo essa estética clean e talvez mais realista, alguns estilistas não ousaram em criar tanta fantasia e apresentaram uma moda fácil de usar e adaptar para a vida real, servindo como belas inspirações. Lanvin trouxe geometrismos impecáveis; Diane von Furstenberg, uma mistura de cores que dão sobrevida ao color block; Cavalli apresentou seus longos fluídos com estampas de maxi flores e outras que lembram porcelana portuguesa (lembrando um pouco o print scarf), sem esquecer do animal print, por óbvio e Frida Giannini mostrou uma Gucci com perfume bohêmio, cheio de florais e anos 70. E para dizer que não falei de flores, Valentino veio com pinks, azuis e laranjas que poderiam facilmente ser pinturas de Andy Warhol vestindo Marisa Berenson, ou seja, roupas prontas para uma festa!

E aí, já estão sonhando com os dias de sol e calor?