Circulação de pessoas limitada, fronteiras fechadas por terra, mar ou ar. O momento não tem sido fácil para quem tinha viagens como prioridade em 2020. A contenção da pandemia da Covid-19 vai de encontro aos planos de desbravar o mundo porque exige que todos fiquem em casa, evitando aglomerações.
Por outro lado, o tempo em modo de espera pode ser bastante útil para planejamento e conhecimento de todos os detalhes que envolvem uma viagem internacional.
Entender quais são e como funcionam os diferentes tipos de câmbio do dólar, a moeda mais utilizada no mundo, é uma boa prática.
Existem dois tipos de câmbio oficiais no Brasil: o comercial e o turismo. Fora isso, há o chamado câmbio paralelo, atividade ilegal de compra e venda de dólar a preços mais atrativos do que os oferecidos pelas instituições regularizadas.
Embora pareça vantajosa, essa é uma atividade criminosa e, portanto, está sujeita a sanções legais.
Dólar turismo
É o dólar turismo que as pessoas usam para bancar suas viagens internacionais e também para comprar em sites estrangeiros.
Existe um fato curioso sobre o dólar turismo no Brasil. Ele é a oficialização de uma transação extraoficial que começou a surgir nos anos 90, quando o governo Collor bloqueou a poupança dos brasileiros, desencadeando uma séria crise econômica.
Para que o Banco Central pudesse fiscalizar melhor a compra e a venda da moeda norte-americana, foram criadas as divisões do ativo em comercial e turismo. Assim, o turismo ficou definido como aquele usado para compras realizadas por pessoas físicas, transações no exterior feitas com cartão de crédito ou compra de papel-moeda.
E, por ser usado nas relações comerciais entre pessoas físicas, portanto, fora do âmbito judicial, seu valor é superior ao do comercial. Isso acontece porque, como a moeda pode ser negociada em espécie, a instituição que negocia essa atividade repassa para o consumidor os custos de manutenção da moeda como transporte, seguro, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e outros. A prática não é ilegal, mas onera a operação.
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Dólar comercial
O dólar comercial é o mais importante e também o mais usado, pois está presente nas relações comerciais realizadas entre empresas no mundo todo.
Como se trata de um ativo bastante seguro, é também muito cobiçado no mercado de ações, atraindo investidores que buscam proteção de patrimônio. Sendo assim, é fácil entender que o dólar comercial é o responsável pelo aumento dos preços percebidos nos produtos de lojas e supermercados, especialmente em momentos de crise.
Como a modalidade de negociação é direta entre as empresas, não há valor agregado, o que deixa o preço bem mais em conta do que o dólar turismo. A má notícia é que o cidadão comum não tem acesso ao dólar comercial.
Como comprar dólar turismo?
O ponto crucial na hora de comprar o dólar turismo é a pesquisa. Como a cotação depende de muitas variáveis, os valores também não são fixos e mudam em cada casa de câmbio, agência bancária, corretora ou mesmo no aeroporto. É fundamental lembrar que não importa onde a pessoa vá comprar, a instituição deve ser credenciada pelo Banco Central para garantir a legalidade da operação.
Outro fator importante é conhecer os impostos e custos agregados para avaliar onde e como comprar. Existem as seguintes maneiras de negociar a moeda: em espécie, no cartão de crédito ou no cartão multimoedas (débito). Nas três modalidades há a inclusão do IOF.
A cobrança desse imposto é feita da seguinte forma:
- Dinheiro em espécie: 1,1 % sobre o valor total da moeda
- Cartão de crédito: 6,38% do valor da compra feita em dólar
- Cartão de débito: 6,38% sobre o valor total carregado no cartão
Escolher qualquer uma dessas opções requer cautela. Cada uma tem vantagens e desvantagens.
Um detalhe que nem todo mundo sabe e pode trazer surpresas bem desagradáveis é que, no caso das compras realizadas por meio de cartão de crédito internacional, a cotação que será utilizada é aquela do dia do fechamento da fatura.
Aqui vale uma dica importante: se planejado com antecedência, é possível fazer a compra da moeda americana de forma fracionada, aproveitando as cotações mais atrativas.
Com tudo isso organizado e analisado, basta ir até a empresa escolhida munido de cópia do RG, CPF ou CNH, do comprovante de residência e, em alguns casos, comprovante de renda, informar o valor e efetuar a compra.
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