Comer lentilhas, guardar sementes da romã na carteira, pular sete ondas e, claro, usar roupas brancas! Quem não conhece essas tradições do ano novo? Mas você já parou para pensar por que fazemos estes rituais?
O ritual de passagem de ano dos brasileiros é cheio de tradições e simpatias. Algumas nem tão populares, outras todo mundo já fez. Dentre as campeãs, sem dúvida, estão pular sete ondas e usar roupa branca.
Esses dois costumes, embora poucos conheçam a origem, são muito populares e já fazem parte da cultura brasileira. Ou melhor, não só fazem parte, mas são originárias da cultura do nosso país, mais especificamente das religiões de matriz africana.
Ainda que, hoje em dia, muitos usem o branco pela positividade expressada pela cor, a prática ganhou popularidade através das celebrações da Umbanda e Candomblé em homenagem a Iemanjá, a mãe de todos os orixás.
O portal referência cuidado com roupa Cleanipedia, resgatou um pouco da história do uso da roupa branca e ainda propõe uma reflexão sobre como essa prática pode ser mais sustentável.
Roupa branca no Ano Novo: uma herança da religiosidade
Usar roupas brancas na virada do ano é quase uma unanimidade, contudo esta prática torna-se praticamente uma obrigação quando se fala de festas à beira mar. Sendo as mais famosas, as contagens regressivas de Salvador (BA) e Copacabana (RJ).
As procissões e celebrações em homenagem a Iemanjá, a mãe de todos os orixás e a deusa do mar, se estendem por vários dias e se encerram apenas em 02 de fevereiro, considerado o seu dia e influenciam no nosso modo de se vestir para a virada do ano.
Além da vestimenta branca, esta cultura ainda contribuiu para a tradição de pular as setes ondas, na qual cada salto representa um desejo e o oferecimento de presentes a Iemanjá, onde os participantes deixam no mar barquinhos ou cestos com oferendas, que vão de flores e frutos até perfumes e jóias.
A intenção é que as ondas levem suas ofertas a Iemanjá e assim ela realize seus pedidos.
Contudo, a simbologia das cores também foi ganhando espaço nas tradições e assim o branco vem deixando de ser exclusividade nas celebrações de Ano-Novo.
Atualmente, enquanto se aguarda a virada do ano, também tem se tornado frequente o uso de variações de cores, especialmente os tons de prateado e dourado que expressam, respectivamente, os desejos por mudança e riqueza em nossas vidas.
Como unir tradição e sustentabilidade
Mesmo as tradições mais pontuais, como o réveillon, acabam gerando alguns impactos negativos na natureza. Assim, elas também podem ser repensadas e passar por algumas mudanças a fim de se tornarem mais sustentáveis.
Os barquinhos e oferendas a Iemanjá, por exemplo, podem ter sérios impactos para a vida marinha do entorno. O que tem provocado mudanças e a adoção de alternativas como barquinhos biodegradáveis e presentes orgânicos, onde flores e frutas ganham destaque.
Outro importante debate diz respeito à famosa roupa nova para o Reveillon. A moda sustentável é um movimento que tem ganhado bastante adeptos e propõe refletir sobre nosso relacionamento com as roupas, mais especificamente o consumo.
Nesse sentido, para o réveillon, a reflexão que se propõe é: Se você já tem uma roupa branca, porque não a adaptar ou remodelar e usar novamente este ano?
Como empresa que tem a sustentabilidade como um pilar fundamental, a Cleanipedia, tem estimulado práticas como a customização de roupas e a lavagem com produtos amigáveis ao meio ambiente e procurado disseminar esses princípios entre seus usuários e leitores.
A partir de iniciativas como a produção de conteúdos e dicas que ajudem nossos leitores a repensarem sua forma de consumo, esperamos estimular a redução na quantidade de tecidos descartados, que na maioria das vezes não são reciclados ou reutilizados.
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