Envelhecer está na moda: A relação entre entretenimento e preconceito de idade está chegando a um ponto crucial agora, também graças a Julia Fox.
Tem havido muita conversa sobre o envelhecimento e seu valor no mundo do entretenimento e da imagem, e talvez pareça que algo dentro da indústria de beleza está mudando. Se Julia Fox com cabelos brancos glam no tapete vermelho do CFDA Awards, Jennifer Aniston virou uma boneca Y2K para Allure enquanto ainda contava sobre suas extenuantes gravidezes perdidas, e finalmente Kim Kardashian posou para a capa de 032C de uma forma natural e aparentemente distante do clássico mulher plastificada, estilo barbie… a clássica estética Kardashian.
A moda e o entretenimento que sempre demonizaram o envelhecimento, personagens esquecidos pela mudança devido à passagem incontrolável do tempo, e pensar que a palavra inclusão também olha para o envelhecimento com olhos mais gentis é reconfortante para o futuro que está por vir.
Julia Fox abriu a conversa no CFDA Awards, onde ela usou uma roupa recortada e reveladora combinada com um visual de beleza com cabelos grisalhos laqueados. A atriz disse em uma entrevista que o cabelo grisalho é “uma ode ao envelhecimento” e que seu glamour de vovó completo com sobrancelhas descoloridas foi uma escolha feita com o cabeleireiro Matt Benns e o maquiador Julian Stroller, que ponderou sobre seu humor no momento de “aceitar o envelhecimento.”
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Em um vídeo do TikTok, Fox então falou sobre idade e mudança de desejos, contando que a era de implorar por atenção e ser vista como atraente aos olhos dos homens acabou para ela, fato que se tornou irrelevante para ela depois de um carreira que a sexualizou desde cedo. Com o desprendimento típico de quem consegue catalisar as atenções para si em um ano e se expressa em performances reais a cada tapete vermelho, Fox trouxe à tona um ponto fundamental sobre o envelhecimento: se não dá para parar, por que lutar contra isso? Afinal, há coisas mais emocionantes do que se fazer desejado e lutar contra algo que você não pode mudar.
@juliafox Replying to @kjane700 ♬ original sound – Julia fox
Em seguida, na capa da Allure a Jennifer Aniston em modo Y2K faz a internet parar de respirar com o editorial acompanhado da entrevista intitulada “Jennifer não tem nada a esconder”. O styling aposta no corpo, brincando com itens hiperdesejáveis, como o microbiquíni da Chanel Primavera 1996 que combinou com a tanga Gucci by Tom Ford da Primavera 1997 e os cabelos bem compridos da atriz contam a história de uma diva que permanecerá para sempre tão jovem quanto era quando interpretou Rachel. O envelhecimento aqui é contado pelas imagens de forma sutil, mas poderosa, pelas palavras de Jennifer, que na entrevista conta sobre seus problemas de insegurança causados pela superexposição midiática de suas gestações perdidas e de sua relação com o corpo: “Hoje me sinto melhor, melhor do que jamais senti nos meus vinte, trinta ou quarenta anos. Deveríamos ter parado antes de dizer coisas ruins para nós mesmos. “É bom saber que um dia você terá 65 anos e achará que estava ótimo aos 53.” Tal frase demonstra que a percepção do envelhecimento não está dentro do indivíduo, mas predominantemente externa, e que Jennifer Aniston continuará a ser a mesma em alguns anos, enviando uma mensagem animadora.
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Por último, mas não menos importante, Kim Kardashian para 032 C está longe da estética plástica brilhante que costuma adotar em seus ensaios, parecendo, pela primeira vez em seu trabalho, uma mulher de 40 anos que não tem medo de se mostrar natural sem retoques extremos. A revista Berlin narra uma Kim que foge de Hollywood e usa uma miniatura sua no braço, um reflexo da imagem pública que ela criou ao longo dos anos e com a qual continua conversando para escalar seus negócios além da moda e da beleza, aterrissando nas finanças e na filantropia. A abordagem estética que transcende a obsessão pela juventude é libertadora, conquista alcançada e exasperada talvez pela tendência das sobrancelhas descoloridas que normaliza sobrancelhas e cabelos descoloridos, como o de Kim, por exemplo. Apesar disso, até hoje pouquíssimas modelos maduras ainda aparecem em ensaios de moda e nas passarelas.
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Até o momento, pouquíssimas modelos maduras aparecem em ensaios de moda e nas passarelas, cada vez mais desde que Joan Didion estrelou a campanha da Céline em 2015 fotografada por Juergen Teller. Os rostos mais conhecidos hoje são os de Jane Fonda e Tippi Hendren no showbiz internacional. Apesar de tudo, a indústria da moda e do entretenimento ainda continua bastante culpada do agei-sm, termo que engloba todos os estereótipos, preconceitos e discriminações aplicados com base na idade.
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