Aborto: Um estudo em grande escala enfocou a relação entre a sociedade e a intimidade das mulheres. Algumas respostas dos homens são chocantes e questionadoras.
Trata-se de um levantamento realizado entre 15 e 23 de janeiro de 2020, revelado então em novembro de 2021: o barômetro dos tabus da “zona V”, ou seja, das partes íntimas, vulva e vagina. Mais de 14.000 pessoas em 7 países diferentes falaram sobre suas percepções sobre a privacidade das mulheres. De acordo com os números observados, uma relutância surpreendente persiste.
Nos muitos resultados deste estudo, três números ligados a questões sobre fertilidade nos deixam estarrecidas. O estudo especifica que “as questões da maternidade permanecem delicadas e uma grande proporção dos homens mantém uma visão tradicional”. Na verdade, 21% dos homens entrevistados acham que, se uma mulher abortou, ela não deveria contar a ninguém, exceto ao seu parceiro. 21% acreditam que decidir não ter filhos é um processo egoísta. O mais chocante é que 23% dos homens acreditam que se uma mulher faz um aborto, ela deveria ter vergonha de si mesma.
Mentalidades conservadoras e ignorância dos riscos do aborto clandestino
Como esses números são explicados? Vamos pegar a França onde o aborto é legalizado. 23% dos franceses são contrários ao aborto, em um país onde esse direito existe desde 1975. Se lá, que é legalizado é assim, imagina em um país como o Brasil, com mentalidade ainda mais conservador e retrógrada. É de assustar como homens querem ter o direito de decidir sobre nossos corpos e nossa vida.
É por isso que a noção de vergonha é tão séria: se o aborto permanece um assunto tabu, não podemos compreender coletivamente os riscos à saúde quando realizado em más condições. De acordo com dados, uma mulher morre a cada 9 minutos devido a um aborto ilegal em todo o mundo.
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