Pele

Melanoma: como evitar o câncer de pele causado pelo sol

Melanoma: Examinar todo o corpo uma vez por mês para detectar precocemente esse tumor maligno e usar fotoproteção diariamente é a melhor forma de prevenir o melanoma.

O câncer de pele é o mais frequente no mundo, e dentro desse tipo de câncer, o menos frequente, porém mais agressivo, é o melanoma. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 8.450 novos casos de câncer de pele tipo melanoma.

E quer saber, por trás de muitos casos de melanoma está a mania de bronzear ou o descuido com a proteção solar, razão pela qual 81% dos casos ocorrem em países desenvolvidos. Bem, quando você pensa sobre isso, é estúpido não ter cuidado com a exposição à radiação, você não acha?

O que é melanoma?

Assim que explicarmos como surge esse tipo de câncer, com certeza você terá mais cuidado na praia e no seu dia a dia a partir de agora. Vamos começar! A origem do melanoma está nas células que temos em nossa pele chamadas melanócitos, e são elas que nos dão a cor marrom do bronzeado.

O melanócito, que fica na camada basal da epiderme (a parte mais superficial da pele), é responsável pela produção da melanina, que é a substância que o ser humano desenvolveu para proteger o material genético das células dos efeitos da radiação. Mas quando o melanócito começa a crescer descontroladamente e o corpo não consegue reparar esse dano, ele se torna uma célula cancerosa, que se multiplica de forma anormal e é o que causa o câncer de pele melanoma.

A epiderme é separada das camadas mais profundas da pele pela membrana basal. Mas quando o câncer de pele progride, muitas vezes rompe essa barreira e invade camadas mais profundas. Aliás, sempre que pensamos em melanoma associamos a uma mancha no rosto, mas atenção, a maioria dos melanomas aparece na pele do corpo.

E não só isso. O melanoma, embora seja muito menos frequente, também pode aparecer na mucosa da boca, reto ou vagina, ou dentro dos olhos, além de solas dos pés, nas mãos ou sob as unhas.

E, curiosamente, a localização mais frequente dessa doença varia de acordo com o sexo. Nas mulheres, o melanoma é mais frequente nas extremidades inferiores, seguido das extremidades superiores e, em terceiro lugar, no tronco. Nos homens, a zona de aparecimento mais frequente é o tronco, depois a cabeça e o pescoço e, em terceiro lugar, as extremidades superiores.

Por outro lado, o melanoma distingue-se dos outros cancros da pele a três níveis: as células de origem (melanócitos), a sua capacidade de propagação no organismo e dar origem a metástases e, finalmente, uma resistência intrínseca a muitos tratamentos antitumorais.

Veja também: Manchas de sol no rosto: tipos e dicas para evitá-las

O que causa o melanoma?

Para começar, não pense que você está livre do câncer de pele melanoma, mesmo que tenha uma pele mais escura do que outros amigos seus. Na realidade, qualquer pele pode desenvolver um melanoma. A razão é fácil de descobrir: Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do melanoma são a exposição à luz ultravioleta, que é produzida tanto no sol quanto nas cabines de raios UVA, e o tipo de pele, sendo o risco maior nos fototipos baixos.

No entanto, também deve ser dito que ter uma pele mais clara piora as coisas. Existem pessoas que correm mais riscos, como ruivas e loiras, e isso está relacionado ao fototipo. Para dizer de alguma forma, eles têm melanina defeituosa, que não apenas não protege, mas em contato com a radiação produz radicais livres que danificam seu DNA celular.

Pessoas com pele sensível, que têm dificuldade em bronzear e ficam facilmente vermelhas e com queimaduras, também devem ter cuidados especiais. E também pessoas que têm muitas pintas, pois isso já indica que seu corpo, geneticamente, tem uma maneira fácil de multiplicar seus melanócitos.

Como prevenir o melanoma?

O slogan é claro: seja cauteloso, esteja vigilante e proteja-se do sol. A prevenção mais conhecida é o cuidado com a pele e atenção especial à exposição solar, sempre com proteção adequada e evitando as horas centrais do dia, lembrando-se de usar óculos e chapéu. E isso deve ser feito durante todo o ano.

Portanto, prevenir esse câncer de pele, em alta porcentagem, dependerá de você e do quanto você está ciente do problema que envolve tomar mais sol do que o necessário: Há duas coisas sobre o sol e sua capacidade de desenvolver um melanoma importante para manter em mente.

Uma delas são as queimaduras, principalmente as que produzem bolhas, pois são sinônimo de lesão celular. E, segundo, o acúmulo de sol, por motivos de trabalho, atividades ao ar livre ou qualquer outra exposição excessiva, já que a pele está recebendo muita radiação.

Tal como acontece com o câncer em geral, a idade também desempenha um papel, e por várias razões. Como o melanoma está relacionado ao sol, quanto mais radiação recebida, pior o sistema imunológico funciona e pode não destruir a célula cancerígena. E também tem a ver com o fato de à medida que envelhecemos, os mecanismos de controle da pele envelhecem.

As recomendações para a prevenção do melanoma são as mesmas em todos os casos e com a vantagem de serem gratuitas e poderem ser feitas em casa. Tem que ter cuidado e ter bom senso. Não seria ruim, assim como olhamos se vai chover no dia seguinte ou qual vai ser a temperatura, também olhássemos o índice de radiação esperado. Devemos orientar nossa conduta e proteção da pele adaptando-as ao tipo de pele, atividade e estação do ano.

Se esse câncer tem alguma “vantagem” sobre muitos outros, é que o melanoma pode ser visto. E cuidado, não se engane: O melanoma aparece em 80% dos casos na pele sã, sem nenhuma lesão pigmentada prévia. E apenas 1 em cada 5 aparece em uma verruga pré-existente.

No caso das pintas, os dermatologistas propõem a aplicação da regra do ABCDE, uma série de critérios que podem ajudar a diferenciar uma pinta normal de uma lesão cancerígena como o melanoma. Essas siglas respondem a assimetria, bordas irregulares, mudança de cor, diâmetro maior que 6mm e evolução devido a mudanças na aparência.

Complementando essa fórmula fácil de lembrar, apontamos duas regras básicas: O ABCD é útil, mas quando pode ser aplicado, geralmente o melanoma já está bem espesso. Existem lesões que possuem essas características e reconhecê-las dessa forma é bom, mas é muito mais fácil lembrar, primeiro, da regra do patinho feio. Em que consiste? Às vezes não temos nada em nossa pele ou temos pintas ou uma população delas. Mas, de repente, vemos algo diferente, que começa a mudar de aparência ou crescer.

Isso não é sinônimo de algo ruim, mas você deve consultar seu dermatologista, pois são sinais de suspeita. Se crescer e coçar, tem que consultar; e se muda e dói também. E a segunda regra que deve ser aplicada é que a medida preventiva mais importante é o autoexame. Da mesma forma que dedicamos pelo menos seis minutos para escovar os dentes e não ter cárie, devemos gastar um minuto por mês para evitar morrer de câncer, não é muito esforço. Olhar para a pele que você não vê na rotina é básico. Com um espelho de mão você atinge praticamente todas as áreas do corpo. O mais difícil é o couro cabeludo, aí uma pessoa pode te ajudar separando os fios com secador.

Melanoma: prognóstico e tratamento

As notícias sobre o melanoma, embora dependam do estágio em que esse tumor de pele é detectado, são animadoras. Melhorou muito a abordagem e o prognóstico de qualquer um dos três tumores de pele, seja melanoma, carcinoma basocelular ou carcinoma espinocelular.

Embora seja verdade que o diagnóstico precoce e sua resolução nessas fases iniciais ainda são os mais desejados. Em estágios avançados, o desenvolvimento da imunoterapia e suas combinações revolucionaram o melanoma, assim como a melhor definição molecular que permite terapias orais em alguns pacientes.

Segundos dermatologistas e médicos especialistas, o prognóstico mudou radicalmente para melhor. O problema é que continuamos a detectar melanomas bastante avançados, de crescimento rápido e alta mortalidade. Aqueles que são detectados tardiamente porque aparecem na sola dos pés, nas unhas ou nos órgãos genitais e progridem, geralmente é porque não se pensa que é câncer de pele e demora para ir ao médico.

No passado, como um todo, 10-15% das pessoas diagnosticadas morriam em 5 anos. No entanto, quando a doença já é metastática, a taxa de sobrevida em dois anos foi de apenas 10-15% dos pacientes. Agora, porém, com os medicamentos direcionados, conseguimos uma sobrevida de 5 anos de pacientes com metástases de 50-60%”.

É que o melanoma se destaca por sua letalidade quando se espalha. A primeira opção para tratar o melanoma em seus estágios iniciais é a cirurgia. O objetivo é remover o tumor antes que ele possa metástase. Um segundo grupo de tratamentos faz parte das terapias direcionadas às alterações genéticas que se acumulam especificamente nessas células tumorais.

Infelizmente, os melanomas acumulam tantos mecanismos de resistência que essas terapias dirigidas por genes geralmente têm um efeito transitório. Os tratamentos mais eficientes neste momento visam obter uma melhor resposta imunológica, desativando freios e mecanismos de supressão que as células tumorais ativam para impedir o reconhecimento pelo sistema imunológico.

A tendência é aplicar combinações de terapia e imunoterapia em estágios muito iniciais do tumor, imediatamente após ou mesmo antes da cirurgia. Ainda não há efeitos duradouros em muitos desses casos, e os efeitos colaterais são importantes, mas essas terapias são um grande avanço científico e clínico.

Deisi

Formada em Moda, trabalha com conteúdo para internet há mais de 7 anos.

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