Gravata: Na cúpula do G7 de julho passado, os líderes foram fotografados sem ela. Mas, se políticos e empresários há muito a deixaram de lado, as últimas semanas de moda, a reintroduziram, elegendo-a como um acessório indispensável no guarda-roupa feminino.
O segredo de sua longevidade? Uma alma equilibrada entre elegância formal, uma marca de pertencimento, um símbolo de conformidade ou rebelião. Tudo depende de quem e como se usa.
História da Gravata
As origens desta tira de tecido habilmente atada à volta do pescoço têm raízes muito remotas na história. Basta olhar para o túmulo do primeiro imperador chinês, Shih Huang Ti, e seu exército de terracota que remonta a 221 aC para descobrir o primeiro laço conhecido. Inicialmente, era uma espécie de lenço, que os militares e os legionários romanos usavam no pescoço para reparar a respiração da poeira levantada pelas vanguardas.
Desaparecido por um longo período, este acessório reapareceu em 1600 durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), ao redor do pescoço de mercenários croatas a serviço da França. A ligeira diferença entre a pronúncia da palavra francesa para “croatas” e o equivalente eslavo, “Hrvati”, dá origem ao termo “Cravate” ou “Tie”. ou gravata no Brasil. Desde cedo o uso estava na moda, tanto que Luís XIV adotou a versão mais antiga, a rendada, ainda criança.
De vestimenta usada para proteger a garganta do frio, aos poucos a gravata tornou-se cada vez mais uma moda, sem prejuízo de sua importante função de expressar a identidade do grupo e o gosto individual por meio de referências sutis à riqueza, filiações sociais e culturais do povo. Amada no século XIX por poetas, artistas e dândis como Beau Brummell, a gravata tornou-se glamorosa e popular no início do século XX graças a revistas de moda como Vogue e Art-Goût-Beauté.
No mesmo período, mulheres escritoras e ativistas se apropriaram dela para desafiar as convenções e se destacar na sociedade. Para as sufragistas, não é apenas uma forma de zombar dos homens, mas um verdadeiro grito de raiva diante da influência patriarcal que os relega.
Veja também: Maneiras fofas de amarrar e dobrar sua camiseta
Esse lampejo de rebeldia sempre permanece uma parte intrínseca da relação entre mulheres e laços, junto com empoderamento e uma pitada de fascínio sexy (por isso temos Yves Saint Laurent e seu famoso smoking para agradecer). Basta pensar nas figuras icônicas que o usaram ao longo das décadas: Marlene Dietrich, Patti Smith (lembra da capa de Horses?), Diane Keaton em Annie Hall, Melanie Griffith com seu power tie em Working Gir , Julia Roberts no Globos de Ouro 1990, Avril Lavigne como skatista no início dos anos 2000, Blake Lively no uniforme de Serena van der Woodsen em Gossip Girl para Zendaya em Sportmax na festa pós-Oscar.
A gravata está na moda feminina
Durante muito tempo, para as mulheres, a escolha da gravata como acessório poderia ter muitos significados, todos importantes: rebelar-se contra o patriarcado, afirmar sua individualidade zombando do conformismo latente, reivindicar posições de poder no mundo do trabalho masculino e combater os estereótipos de gênero.
As últimas interpretações de designers, de Louis Vuitton a Gucci, de Dior a Ralph Lauren, preferem deixar de lado as diversas nuances socioculturais da gravata, usando-a simplesmente como acessório para dar um twist ao look. Em 2022, a gravata tem o significado que o usuário quiser, mas, mais importante, tem uma alma fashion que a torna um item para enriquecer e tornar nossos looks especiais, elegantes, formais ou divertidos.
Sem Comentários