Oi, tudo bem? Me chamo Mia
Comportamento

Oi, tudo bem? Me chamo Mia

23 de março de 2015

 

“Olá, meu nome, é Bulimia, mas para nos tornarmos mais íntimas, pode me chamar de Mia. Eu serei sua amiga de emergência, aquela que nas horas que o cinto apertar, você poderá contar comigo”.

Foi assim que ela se apresentou pra mim quando eu tinha 17 anos, eu aparentemente não precisava dela, mas sempre me senti fora dos padrões impostos pela sociedade e diferente das minhas colegas, já que sempre fui mais desenvolvida que elas. No começo a coisa não funcionava como eu queria, era extremamente difícil colocar algo pra fora. Então resolvi simplesmente parar de comer, era mais fácil naquela época, mais fácil do que hoje aos 24 anos. 

Meu transtorno se tornou parte de mim, sempre mudando de forma e se adaptando as novas realidades. Na faculdade eram remédios, mas assim como hoje é mais fácil ceder às tentações, também é mais fácil lidar com a “Mia”.

“Só não emagrece quem não quer”, “você é gorda”, “ninguém vai te querer”. 

Essas são só algumas das diversas frases que eu ouço hoje. De familiares, de amigos, do mundo. Sim, eu frequento (com muito custo) a academia. Se vejo resultado? Ainda é cedo pra dizer, mas encontrei na “Mia”, uma amiga querida nas horas de desespero, alguém que me conforta e que sei que não importa o que eu faça não vai apenas evitar com que meu corpo fique ainda pior.

Mas mesmo tendo ela comigo, a sensação de desgaste é muito grande, físico e emocional. E por umas duas vezes acabei pedindo ajuda pra terminar esse relacionamento de amor e ódio.  Relação que me falaram ser “frescura”. Bem uma “frescura” que dura dos 17 anos aos 24 é bem forte, não?

Várias vezes terminei esse relacionamento, sabe, não é sempre que recebo a visita, mas quando vem sua presença é marcante. Ela tem sido uma péssima companheira, faz eu me sentir culpada, incapaz e fraca. Joga a minha auto estima lá no chão só pra me fazer mais dependente.

Sei que precisamos terminar, seguir caminhos diferentes só falta coragem pra fazer isso.


(História real de uma pessoa que não quis se identificar) 

 

 




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