Perfume de Cleópatra: cientistas conseguem recriar a fragrância
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Perfume de Cleópatra: cientistas conseguem recriar a fragrância

20 de agosto de 2024

Perfume de Cleópatra

Perfume de Cleópatra: À base de canela, mirra e resina de pinheiro, o perfume em questão foi um dos mais famosos e exclusivos do antigo Egito. Recentemente, cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) conseguiram recriar essa fragrância, que teria sido utilizada há cerca de três mil anos por Cleópatra, uma das figuras mais notáveis da antiguidade e a última rainha do Egito, que governou de 51 a.C. a 30 a.C. O perfume, conhecido como “Eau de Cleopatra,” está atualmente em exibição no campus da universidade.

A receita original deste perfume foi recuperada por cientistas alemães, que a publicaram em um artigo científico em 2021. Essa fragrância, à base de canela, mirra e resina de pinheiro, era tão renomada que se tornou um dos símbolos da alta sociedade do antigo Egito.

Vários registros históricos mencionavam a existência deste perfume extraordinário, que era produzido na cidade de Mendes, uma região que funcionava como um importante centro comercial e também abrigava uma fábrica de frascos de vidro para perfumes. Essa fábrica foi descoberta em ruínas em 2012.

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Perfume de Cleópatra

As pesquisas detalhadas conduzidas por Dora Goldsmith, uma egiptóloga especializada em aromas do antigo Egito, possibilitaram a recriação fiel da receita original. Devido à exclusividade deste perfume, utilizado principalmente pela elite, é altamente provável que Cleópatra, a própria rainha, tenha apreciado sua fragrância.

Cleópatra é lembrada não apenas por suas habilidades políticas notáveis, mas também por sua personalidade marcante e seu profundo interesse por fragrâncias e aromas.

Perfume de Cleópatra criado no Brasil

O resultado da recriação é um perfume adocicado e amadeirado, notavelmente diferente das fragrâncias contemporâneas. Isso se deve, em parte, ao fato de que o álcool, um componente comum em perfumes modernos, não fazia parte das fórmulas de fragrâncias até aproximadamente o ano 1.200. No antigo Egito, as essências eram diluídas em óleos.

A química Anelise Regiani, coordenadora do Laboratório Quimidex do Departamento de Química da UFSC, explicou: “Especificamente no caso do Egito, eles usavam como base o óleo de balanos, proveniente de uma árvore conhecida como tâmara do deserto (Balanites aegyptiaca), que praticamente não tem nenhum cheiro, e nele, cozinhavam a resina de pinheiro, a mirra, a canela acácia e a canela verdadeira.”

Essa emocionante recriação do perfume de Cleópatra nos permite uma rara oportunidade de chegar mais perto da história e da cultura do antigo Egito, através dos aromas que uma vez envolveram uma das figuras mais icônicas de todos os tempos.

Perfume de Cleópatra com canela, mirra e resina de pinheiro

As duas variedades de canela possuem perfumes distintos. A canela acácia exala uma fragrância mais amadeirada, enquanto a canela verdadeira apresenta um aroma mais semelhante à canela que usamos até hoje. A mirra, por sua vez, emana um perfume adocicado e balsâmico, muitas vezes evocando notas de uva passa para algumas pessoas. Além disso, temos a resina de pinheiro, que contribui com uma sensação de frescor”, explicou a especialista.

Anelise Regiani, a química por trás dessa recriação, destaca que a mirra era altamente valorizada no antigo Egito. Tanto é assim que Hatshepsut, outra governante egípcia notável e conhecida como rainha faraó, enviou uma expedição ao sul do rio Nilo em busca das árvores de mirra. “Era considerado o perfume dos deuses para os próprios deuses e, no caso dos faraós, representava a personificação dos deuses na Terra”, acrescentou a especialista.

O perfume de Cleópatra foi meticulosamente recriado pelos químicos da UFSC com base na receita original recuperada pelos pesquisadores alemães. Essa recriação é uma parte da exposição “A Química dos Perfumes,” que atualmente está em exibição no campus universitário. Composta por cinco módulos, a exposição traça a história do perfume desde seus primórdios.




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