Quiet Luxury: O momento atual tem visto uma tendência controversa em relação à moda: a utilização de roupas básicas que ocultam etiquetas de luxo, conhecida como “Quiet Luxury” ou “luxo silencioso”. Combinando peças como camisa branca, calça jeans, sapatos fechados e bolsas sem logotipos. Te explicamos tudo sobre essa tendência.
No entanto, essa tendência tem gerado discussões além do universo da moda, abordando questões sociais e econômicas. Alguns acreditam que o desejo de exibir um certo status através do uso de roupas discretas é preocupante e pode perpetuar a ideia de que apenas pessoas ricas, milionárias, bilionárias ou filhos de milionários podem ostentar uma imagem de sucesso.
O influenciador sueco Bryan Boy criticou essa noção de “luxo silencioso”, afirmando que a ideia de que pessoas verdadeiramente ricas só usam uniformes discretos é um absurdo e uma estética ultrapassada, enraizada na branquitude. Para ele, vestir-se de maneira uniforme é uma forma de controle sobre a percepção que as pessoas têm de nós, e não uma representação genuína de luxo.
O que é a tendência do Quiet Luxury
A tendência do “luxo silencioso” não é apenas mais uma moda passageira, de acordo com uma publicação da empresa WGSN, especializada em previsões de consumo e comportamento. Essa tendência representa uma mudança de posicionamento das grifes de luxo, refletindo a nova direção estética que o mercado está começando a adotar. A tendência do “luxo silencioso” se consolidou nesta temporada de desfiles e deve continuar impactando a moda nas próximas temporadas e nos próximos anos.
Fatores como a crise econômica e a crescente preocupação com a sustentabilidade social e ambiental têm impulsionado a tendência do “recession core” (tendência de recessão, em inglês), refletindo o aumento do custo de vida em todo o mundo e a necessidade de uma mudança no comportamento do consumidor.
A ideia é oferecer itens de qualidade durável que transmitam a sensação de estabilidade, em vez de algo passageiro que possa ser descartado facilmente. Por isso, as grifes têm substituído tons vibrantes por roupas básicas, discretas, versáteis e atemporais, como tons de bege, branco, cinza e preto.
The Row, Miu Miu e Ferragamo são algumas das marcas que aderiram a essa tendência, juntamente com Bottega Venetta, Prada e Loewe, que já incorporavam esse estilo em suas criações.
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O grande boom da tendência Quiet Luxury
A tendência começou discreta, assim como as peças que a representam, mas há alguns meses se tornou cada vez mais evidente, especialmente na última temporada de inverno das semanas de moda internacionais. A hashtag #QuietLuxury no TikTok já tem quase 60 milhões de visualizações.
Quiet Luxury e a série Succession
O termo voltou a ser pesquisado com frequência no início de abril, coincidindo com a estreia da quarta temporada de “Succession”, uma série que retrata uma família bilionária proprietária do quinto maior conglomerado de mídia do mundo.
Curiosamente, a série é um dos primeiros termos relacionados ao “quiet luxury”. Por quê? Ao contrário do que se imagina sobre a elite global, os membros da família Roy são o que se chama de “discretos”: eles não exibem seus iates, castelos da família ou roupas com logotipos grandes e repetitivos de grifes – que não são menos caras. Pelo contrário! Etiquetas menos conhecidas do público em geral, como Loro Piana, Brunello Cucinelli e Delvaux, são as que pesam nas golas de suas roupas e carimbam as solas de seus sapatos, sendo utilizadas por menos de 1% da população mundial.
Ostentação X Discrição
O mercado de moda de luxo está adotando uma tendência mais duradoura e discreta, conhecida como “quiet luxury”. Empresas como The Row, Miu Miu, Ferragamo, Bottega Venetta, Prada e Loewe estão abandonando designs chamativos em favor de peças atemporais e de qualidade duradoura.
Essa tendência é uma resposta à crise econômica e às questões de sustentabilidade social e ambiental, que levaram os consumidores a procurar itens que possam ser passados de geração em geração. A atriz e empresária Gwyneth Paltrow também adotou essa tendência ao usar roupas de tricô e alfaiataria de marcas como The Row, Prada, Celine e Goop durante um julgamento.
Embora alguns críticos considerem a tendência muito prescritiva, outros a veem como uma oportunidade de liberdade de escolha na moda. No entanto, isso não significa que marcas famosas como Versace, Louis Vuitton e Givenchy estejam em declínio.
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